sexta-feira, 19 de agosto de 2016

“TEM QUE SABER INICIAR, TEM QUE SABER TERMINAR”: O DESFAZER NO BATUQUE GAÚCHO.

Resumo: A partir do caso etnográfi co da nação Oyó/RS, discuto a noção de
desfazer no batuque gaúcho. Com a descrição do ritual do eru (desligamento),
proponho que se tome o ritual em si como importante para pensar as práticas que
compõem o processo de fazer o santo e a pessoa, e as noções de vida e de morte
nas diferentes religiões de matriz africana. Eru não é um passo ritual para o culto
aos eguns (mortos), mas ele mesmo trata da duração de uma pessoa, que é feita
aos poucos, desfeita no ritual e refeita noutro mundo, onde passará a ter uma
qualidade diferente de relação com os orixás.
Palavras-Chave: Desfazer; Batuque Gaúcho; Morte; Rito Fúnebre.
“KNOWING HOW TO BEGINNING, KNOWING
HOW TO FINISH”: THE UNDOING IN THE BATUQUE
GAUCHO (AN AFRO-RELIGION).
Abstract: From the ethnographic case of the nation Oyo in Rio Grande do Sul/
Brasil, I discuss the notion of undoing in the batuque gaucho (an afro-religion).
With the description of the ritual of the eru (delinking), I propose to take the
ritual itself as important to think about the practices that make up the process
of do an orisha and a person, and the notions of life and death in different afroreligions.
Eru is not just a ritual step in eguns’ (dead people) worship. Instead, it
is regarded to one´s endurance. In this way, a person is done gradually, undone
in this particular ritual and redone in a posthumous world, where they will gain
a different quality of relationship with orishas.
Keywords: Undoing; Batuque Gaucho; Death; Funeral Rite.
1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional
da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário